A Escola SENAI “José Polizotto” – UFP 9.27 – Unidade de Formação Profissional pertencente ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, entidade jurídica de direito privado, mantida e administrada pela Indústria, criada pelo Decreto Lei Federal nº 4.048 em 22 de janeiro de 1942.

 

          Ao encerrar a década de 1940, o Departamento Regional de São Paulo já havia instalado diversas unidades na capital e algumas cidades no interior. Nessa ocasião, estudava-se a possibilidade de implantação de uma escola na região da Alta Paulista.

            Dentre as cidades cogitadas, foi escolhida Marília, por ser uma cidade nova e progressista e, principalmente, pelo seu dinamismo industrial, uma vez que, naquela época já contava com aproximadamente 6.000 operários.

De acordo com documentos solicitados ao 1º Cartório de Registros de Imóveis e Anexos de Marília, de três transcrições ocorridas anteriormente à aquisição do terreno da Escola de Marília pelo SENAI, fica comprovado que a área em questão era estritamente residencial. O terreno no qual localiza-se a Escola fazia parte de antigos bairros e até hoje existentes como o Alto Cafezal e Vila Barbosa, e que na época eram bairros residenciais e pertenciam a famílias pioneiras como os Casadei.

Em 27 de março de 1944 o prefeito de Marília, João Neves de Camargo, assinou o Decreto-lei nº 72, o qual isentava o SENAI do imposto municipal para a instalação de seus serviços educacionais.

Também pode se comprovar através da transcrição de nº 8.146 de 24 de junho de 1944, informações de pessoas que conviveram na cidade na década de 40, que no terreno onde a Escola se encontra, havia uma serraria de propriedade da Família Casadei, embora não tenham sido encontrados na Prefeitura de Marília registros de atividades comerciais na área.

Em 20 de Agosto de 1945, foi lavrada no 10º Tabelião Interino de São Paulo – SP e transcrita aos 6 de Setembro de 1945, sob nº 8770, às folhas 278 do livro 3-G de Transcrições de Transmissões, a escritura de venda e compra do imóvel adquirido da Família Casadei pelo Serviço Nacional de Apredizagem Indusrtial - SENAI com sede no Rio da Janeiro, de um terreno composto de dez lotes do Bairro Alto Cafezal, junto à Rua 10 de Novembro que em 1949 passou a denominar-se Avenida Sampaio Vidal.

            Uma séria crise na indústria da seda, importante na cidade, com crescente dispensa de empregados e redução da procura por essa mão-de-obra, ameaçou a instalação da escola. A prefeitura local viabilizou a solução: em um terreno de 5.350 m2 de área, o SENAI edificou dois pavimentos, totalizando 2.139,15 m2 de área construída, graças à Lei Municipal nº 112, de 17 de maio de 1949, que concedeu um auxílio anual por dez anos para a construção da escola que iria atender a região da Alta Paulista.

  

            Em 21 de julho de 1952, a escola iniciava suas atividades com a denominação de Escola SENAI de Marília, A inauguração oficial deu-se em 22 de novembro do mesmo ano.

  

Em 18 de maio de 1984, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) decidiu homenagear o industrial José Polizotto, que tanto colaborou para o engrandecimento da indústria paulista, atribuindo o seu nome como patrono desse Centro de Formação Profissional (CFP).

Nos anos subsequentes, Marília e região modificaram seu perfil industrial, com a instalação de uma quantidade cada vez maior de empresas do setor alimentício, oriundas principalmente de produtores de amendoim, algodão e outras culturas que, desejando agregar valor aos seus produtos, passaram a industrializá-los. Esse movimento transformou a região em um pólo importante da área de alimentos, destacando-se fortemente na produção de biscoitos, gomas e chocolates.

Atento à mudança, o SENAI implantou, em 2000, as plantas de alimentos nas áreas de biscoito, panificação, chocolates e laboratório de controle de qualidade e de desenvolvimento de produtos. A partir do segundo semestre de 2003 passou a oferecer também o curso técnico em processamento de alimentos, cuja proposta é a do desenvolvimento profissional baseado nas competências que o educando deverá exercer nas suas atividades. Os novos ambientes de ensino estão instalados em uma área de aproximadamente 436m² e são voltados a um setor que responde por 10% do PIB brasileiro e por 19,4% da indústria de transformação, resultado da produção de 39 mil empresas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). Somente em Marília, estima-se a existência de 200 indústrias que atuam no segmento.

            A escola possuía, inicialmente, 60 aprendizes, distribuídos nas ocupações de mecânico de manutenção, mecânico de automóvel, marceneiro, carpinteiro e ferreiro. Hoje a escola disponibiliza vagas para curso de aprendizagem industrial (CAI) nas áreas de mecânica de usinagem, mecânica automobilística, eletricidade, alimentos e assistente administrativo, desenvolvendo cursos de aprendizagem industrial e de educação continuada, e vagas no nível técnico com os Curso Técnico em Processamento de Alimentos e Manutenção Eletroeletrônica, além de desenvolver treinamentos específicos para as necessidades de cada empresa.

            Ainda nessa linha de capacitação, a unidade oferece cursos de Formação Continuada nas áreas de metalmecânica, alimentos, automobilística, eletroeletrônica, segurança no trabalho e informática. São programas de curta duração, direcionados ao aperfeiçoamento e atualização profissional, de acordo com a demanda produtiva da região.